Radio Papo Cabeça

Radio Papo Cabeça
Informação com Responsabilidade

Tradutor Online

domingo, março 24, 2013

Empreendedor do Sebo

“Não existe cultura inútil. E existe: aquela que te incita para o mal’’
26/01/2013 - Hemerson Pinto






















No cantinho da barraca armada em frente ao Fórum Henrique de La Roque, em Imperatriz, Antônio da Silva Lima fica a maior parte do tempo sentado, a esperar clientes interessados nos produtos que negocia. Enquanto eles não chegam, vale a pena mexer no aparelho celular ou mesmo, fazer um esforço para vencer – com ajuda dos óculos – a miopia e observar a movimentação da Rua Rui Barbosa. 

‘’Atualmente não venho todos os dias, porque também preciso ficar perto da minha mãe. Mas quando venho fica aqui, sentado, ou levanto de vez em quando para arrumar alguma coisa, leio, gosto daqui’’.
Sebo foi o apelido que Antônio ganhou, tão logo iniciado no ramo de venda, compra e troca de livros e revistas usadas. ‘’Entre outros apelidos passaram a me chamar de Sebo, fiquei conhecido assim’’, explica o homem de 43 anos, que antes de montar naquele local a banca de livros e revistas antigas, trabalhou com um amigo no mesmo ramo.
“Na época que trabalhei com ele, o Moisés (personagem que já foi mostrado no Aqui Imperatriz), fiquei conhecido e fui convidado para trabalhar numa banca de revistas novas. Aceitei, fiquei dois anos’’.

Depois das duas primeiras experiências profissionais exercidas por Sebo em Imperatriz, desde que chegou, em 1995, ele conseguiu montar o próprio negócio. ‘’Ali na Getúlio Vargas, onde já funcionou o Cine Marabá. Não deu certo, mudei para a Antônio de Miranda, em um canto do Camelódromo. A estrutura do local era muito ruim. Levei o sebo para a Praça União, mas achei que ficava muito distante da casa da minha mãe e isolado para a clientela’’.
Durante um período, Sebo ficou longe das atividades por enfrentar problemas de saúde. Quando retornou, escolheu o local onde está até hoje. ‘’Um local movimentado, mais perto de casa e onde fica fácil as pessoas encontrarem’’ e possibilitar vendedor manter a atividade que o sustenta há alguns anos, com o Sebo Tradição.
Natural de Oeiras-PI, veio com a mãe e irmão visitar e ficar por dois meses no povoado Olho D’Água do Coco, no vizinho estado do Tocantins. Antes de sair do Piauí para o Maranhão, Sebo, que ainda era Antônio, trabalhava enrolando cadeiras de macarrão e pintando portões.

‘’Muito melhor hoje, trabalhando com cultura. Há quem diga que é uma cultura inútil, mas não é. Cultura inútil é aquela que te incita para o mal’’. E encerra a conversa levantando e procurando a pose melhor para a foto da coluna.

Literatura, romances, revistas. ‘’Compro, vendo, troco. Tenho um público, mas nesse ramo, se não tem, se faz um público. Tenho muitos clientes que são colecionadores. Isso é um hobby, mexe com a imaginação, é realidade, é fantasia’’.

Fonte: http://www.jornalcorreiopopular.com

Nenhum comentário:

Onde já estive