Radio Papo Cabeça

Radio Papo Cabeça
Informação com Responsabilidade

Tradutor Online

domingo, março 24, 2013

Empreendedor do Carrinho de frete

“Minha vida inteira foi trabalhando em roça, hoje tenho um carrinho de frete”.
23/03/2013 - Hemerson Pinto

Sentado em um carrinho de mão, o homem de 75 anos observa o vai e vem de pessoas na Rua Aquiles Lisboa, no Mercadinho. Sob um sol que chega a arder na pele, seu Diomar Martins dos Santos parece sentir-se à vontade. Não reclama do calor, nem utiliza algo para abanar-se, como algumas pessoas que estavam por perto.

A temperatura elevada dos dias atuais não é motivo de incômodo para quem enfrenta a dura rotina de quem necessita trabalhar. No caso dele, pega no batente todos os dias, tanto para ganhar um extra, quanto para não ficar em casa parado. “Na minha idade, se a pessoa se conformar em ficar parado dentro de casa, chega ao fim da vida ainda mais ligeiro. Tem que se mexer, fazer alguma coisa para se movimentar, agitar o corpo. Ficar parado não é comigo não”.

Diomar foi criado sem a mãe, que morreu quando ele tinha apenas dez anos de idade. Sob os cuidados do pai, ele e os irmãos cresceram e tomaram seus rumos. “Mas com dez anos, eu e meu irmão mais velho tínhamos que trabalhar para sustentar os mais novos”.

Natural de Presidente Dutra, no Maranhão, Diomar também morou nos municípios de Barra do Corda e Buriti Bravo, ambos maranhenses.No último, permaneceu por exatos 19 anos. Viu que era hora de embarcar rumo à Imperatriz, cidade que crescia e era falada pelos confins do Maranhão e em outros estados.

Entrou em Imperatriz pela primeira vez há 19 anos. Nunca mais pensou em sair. E olha que para se convencer de que a mudança seria a melhor escolha, Diomar levou dois anos. Durante todo esse tempo, os filhos que já moravam em Imperatriz fizeram vários convites. “Eu queria ficar lá no meu lugarzinho, sem mexer com ninguém, mas depois que cheguei, acho aqui muito bom”. 
Pai de oito filhos, seu Diomar descobriu depois de algum tempo que na cidade fazer fretes é um bom negócio. “Mesmo se for um dia ruim de pegar frete ainda compensa, porque a gente pelo menos pode ficar olhando esse movimento todo. É um trabalho que faz eu conversar com muita gente, conhecer outras pessoas”. 
Morador do Parque Santa Lúcia, seu Diomar chega ao Mercadinho todos os dias, por volta de 6h da manhã. Com o carrinho de mão ele leva mercadorias, geralmente de donas de casa, até suas residências. Também aceita encomenda para levar compras até o Porto da Balsa. “Já carreguei até de 120 kg. Hoje não faço mais isso não”. 

Fonte: http://www.jornalcorreiopopular.com

Nenhum comentário:

Onde já estive