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sábado, março 09, 2013

E SE OS EMPREENDEDORES COLETORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DESAPARECESSEM?


Esse seria um bom argumento de um roteiro cinematográfico para um drama não-ficcional. Estamos enjoados (ou pelo menos eu estou) dos mesmos argumentos para filmes de ficção hollywodianos, como: “E se um asteróide atingisse a Terra?”, “E se alienígenas invadissem o planeta?”. Se os coletores de materiais recicláveis desaparecessem, aí sim viveríamos o caos urbano, e isso renderia muitas histórias para um bom filme.
Não é novidade para ninguém que os catadores de materiais recicláveis prestam um serviço e tanto para a nossa sociedade. Segundo o site do Ministério do Meio Ambiente, o trabalho desenvolvido por eles reduz os gastos do governo com o sistema de limpeza pública, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, diminui a demanda por recursos naturais e fomenta a cadeia produtiva das indústrias recicladoras com geração de trabalho.
Para exemplificar,o Projeto Eco Cidadão, desenvolvido pela Aliança Empreendedora em parceria com a Prefeitura Municipal de Curitiba, a Fundação Avina e o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. O projeto é, hoje, a maior iniciativa de inclusão de catadores apoiada por uma prefeitura no Brasil. Lançado em 2008, tem previsão de cinco anos e meta de implantar 25 Parques de Recepção de Recicláveis em Curitiba - sendo que, desses, já implantou 14 beneficiando 14 associações e cooperativas de catadores. Nos parques de reciclagem, além de toda a infraestrutura de máquinas e equipamentos, as organizações de catadores recebem assessoria e treinamento não só em classificação e separação de materiais, mas em gestão, vendas, empreendedorismo e negociação.
Vamos a alguns números que evitam o caos no manejo dos resíduos sólidos urbanos em Curitiba (digno de um recorde de bilheteria nos cinemas). De 2008 para cá, o número de parques do projeto aumentaram e com isso, a média de catadores beneficiados também, passando de 80 no primeiro ano para 267 em 2011. A quantidade de material coletada pelos catadores em 2011 foi de 4.713.220,63 kg e, se somarmos esse número com o dos outros três anos de projeto, o número total de material coletado é de: 10.333.035,88 kg!! Isso significa que, se essa quantidade de material não tivesse sido coletada pelos catadores do projeto, poderíamos encher cerca de 469 caminhões de tamanho médio, com caçamba de 50m³, com material reciclável que iria diretamente para os aterros sanitários, terrenos baldios ou até mesmo para as ruas, atraindo pragas e proliferando doenças. E isso sabendo que o número de catadores que coletam, separam em sua própria casa e vendem a atravessadores, em Curitiba, é ainda maior. Vale ressaltar que esses são números somente de um projeto local: a coleta feita por catadores é uma realidade nacional e merece atenção e políticas públicas específicas.
Primeiro de março foi o Dia Mundial dos Catadores. A data é comemorada em memória ao assassinato brutal de 11 catadores, na Colômbia. Nos últimos 20 anos, desde o massacre, as 15 milhões de pessoas que vivem da reciclagem no mundo vêm lutando pelo reconhecimento do seu trabalho. Ainda temos muito a discutir a respeito do destino dos resíduos sólidos urbanos no Brasil e no mundo, mas é gratificante saber que a profissão do catador vem sendo valorizada. Estamos vivendo um momento especial, em que governos, instituições e empresas têm discutido e agido, e organizações sem fins lucrativos, melhorando sua renda e qualidade de vida. Que outras iniciativas se somem a este grande movimento!
fonte: Luisa Bonin – Aliança Empreendedora
Grande Abraço!
Leonardo Felicio

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