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sexta-feira, novembro 18, 2011

Quem é o empresario Marco Aurélio responsável pelo sucesso do Curso Teorema?

Sou imperatrizense há 15 anos. Antes de vir para cá, morava em Goianésia do Pará. Cidade pequena, onde somente havia escola até o Ensino Médio. Eu, na época, com 17 anos, ministrava aula de matemática como professor substituto, para a 5ª série em um turno e, no outro, aulas de reforço. O dinheiro que ganhava, era para ajudar nas despesas de casa, pois minha mãe era costureira e o dinheiro era insuficiente para nos manter.
Meses antes de terminar o 3º ano do 2º grau do curso técnico de Contabilidade, assimilando a expectativa da maioria dos jovens com quem eu convivia, certa tarde cheguei à minha mãe e disse: 

“-Mãe, estou pensando em parar de estudar. Terminar o 2º grau aqui, já está bom. Ganho cerca de um salário mínimo e posso ainda conseguir mais um emprego à noite, de modo que posso chegar a ganhar quase dois salários, o que para um jovem daqui, está bom até demais.” Minha mãe, com lágrimas nos olhos, falou:

“-Meu filho, tudo o que eu sonhei na minha vida, foi ver um filho meu indo longe, sendo um grande profissional, formado, sendo reconhecido. Sonhei isso para cada um de meus filhos, e pra minha tristeza, vi esse sonho se acabar com todos os seus irmãos, que pararam de estudar por motivos banais e a minha esperança estava em ti. Ao você me dizer isso, apaga a minha última esperança e vou falar pra Deus hoje, que Ele já pode me levar, porque minha vida não terá mais nenhuma novidade.”

Disse isso, chorando. E eu, profundamente comovido, disse:
“-Mãe, eu falei foi só pra lhe testar, eu vou estudar.” Foi a partir dessa conversa que resolvi vir a Imperatriz.

Cheguei aqui com 80 reais no bolso e, para comprar um sapato, porque o meu estava furado. Morava de um lado da cidade e fazia cursinho no outro lado. Na maioria das vezes, ia a pé, por não ter o dinheiro do ônibus. As portas foram se abrindo e consegui alguns alunos de reforço, o que me ajudava, juntamente com os 50 reais que a mãe mandava por mês que, para fazer isso, vendeu quase todos os móveis de casa, para ver um sonho se realizar.

Sete meses, e somente sete, foram decisivos para mudar a minha história. Sete meses, estudando 14 horas por dia. Os livros eram minha obstinação. Fiz o vestibular na UEMA, para Matemática e passei. Quando minha mãe soube, saiu correndo no meio da rua, gritando de felicidade, porque havíamos conseguido realizar a primeira parte do tão esperado sonho. Três anos depois, minha mãe se despediria de nós. Deus a chamou.

Na faculdade, vieram as oportunidades de trabalho, e por necessidade tive de abraçá-las, o que me fez, por várias vezes, trancar o curso. Mais tarde, fundaria um cursinho pré-vestibular, o que me sufocaria no trabalho e adiaria muito mais a colação de grau.

Hoje, o nosso cursinho cresceu, e com ele, as realizações e responsabilidades. O diploma, já não é a prioridade que antes era, porque antes queria me formar aos 22 anos, o que não foi possível. No dia 18 de março de 2010, aos 30 anos, graduei-me pela Universidade Estadual do Maranhão. A minha vida mudou muito nessa busca. E como mudou. Casei, tenho um filho, o Júnior, e a maneira de ver a vida mudou. Muitos me criticavam por eu ter demorado para me formar, mas cada um sabe de suas necessidades. Essas palavras não são de justificativas, porém, de reflexão de que, ainda que demore, é possível viver um sonho. Parei para aproveitar as oportunidades. Não me arrependi. Voltei, com a força de minha esposa, que me ajudou a organizar o tempo e, enfim, concluir essa etapa.

Reflito também sobre o meu desejo de outrora chegar cedo. Eu queria me formar aos 22 anos, e não foi possível. A todos que por alguma razão adiaram seus projetos, melhor do que chegar cedo, é chegar na hora certa. É estar preparado. Não me arrependo de ter parado, era necessário, e cada pessoa tem sua realidade.

Todo dia é dia de se resgatar sonhos ou criá-los. Agradeço a Deus e à minha mãe, por não ter me deixado parar, quando terminei o 2º grau, e à minha esposa, Alessandra por ter me incentivado a continuar. Agradeço à UEMA, por ter dado suporte a esse sonho, que possibilitou abrir novos horizontes.

O simbolismo do dia da formatura foi muito gratificante. Mesmo com todo o meu costume com cerimônias de formatura e ainda estando me formando com tantos ex-alunos, emocionei-me e lembrei de minha mãe correndo, nas ruas de Goianésia, gritando, chorando de felicidade e sei que ela estava ali, feliz por eu ter-me tornado um cidadão de bem. É a ela, Maria Edinalva da Silva Azevedo, minha mãe, minha guerreira, a quem dedico esta conquista. 

Art. publicado no Jornal O Progresso em 28/03/2010

MINHA FAMÍLIA MEU GRANDE SUCESSO!!!

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